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Faculdade de Serviço Social: Antropologia e Cultura Brasileira é uma disciplina do curso superior de Serviço Social.
Antropologia e Cultura Brasileira é uma matéria lecionada em cursos de diversas áreas. O motivo é a ampliação da visão de mundo que proporciona e grande conhecimento acerca do comportamento humano no meio social que passa ao estudante e futuro profissional, seja este um Assistente Social, Sociólogo, Advogado, Engenheiro, Médico ou outros. O meu contato com a disciplina foi no segundo período do curso de Direito que faço atualmente, bem como no curso de Ciências Sociais que já conclui.
A antropologia é o estudo do homem em suas expressões culturais e lida com múltiplos conceitos de antropólogos que, pelo que eu percebi, muitas vezes versam sobre situações semelhantes, mas que dão ao mesmo contexto interpretações e sentidos diferentes, como por exemplo o próprio conceito de cultura sobre o qual inúmeros antropólogos têm buscado definir desde o surgimento dessa ciência. No caso da matéria que trato aqui, a cultura brasileira é vista de forma mais específica e detalhada.
A disciplina se dividiu em três partes.
A primeira parte foi dedicada a debates teóricos acerca do desenvolvimento da Antropologia enquanto ciência e seu posterior desenvolvimento, passando pelo pensamento Evolucionista, tendo Spencer (1864) e Tylor (1871) como principais representantes; a Antropologia Francesa, com Émile Durkheim (1895); o Funcionalismo de Bronislaw Malinowski (1922); o Culturalismo Norte-Americano com Franz Boas (1940), autor que instituiu o chamado Relativismo Cultural; além da Escola Estruturalista com Claude Lévi-Strauss que realizou extensos estudos sobre os índios brasileiros.
A segunda parte da matéria abordou especificamente a cultura brasileira, o que inclui a formação de nosso povo por meio da miscigenação de diferentes costumes e raças – índios, negros e brancos, principalmente –, e as expressões culturais que redundam desse encontro e que podemos perceber estando concentradas nas diferentes regiões do nosso país, além de questões políticas e éticas originadas a partir daí.
Além dessas duas partes, bastante consistentes, eu também tive contato com outras temáticas em uma terceira unidade que foi na realidade o momento que mais gostei. Nesse momento conclusivo do semestre, o professor trouxe discussões sobre temáticas diversas, como Violência, Sexualidade, Religiões, Antropologia Urbana e outras.
O professor da matéria cobrou de nós, principalmente, que desenvolvêssemos um pensamento crítico e analítico a respeito das questões tratadas e também da realidade social que vivemos no Brasil. Isso pode ser justificado pelo fato de a matéria ter tratado questões sociais que de uma forma ou de outra estão ligadas a situações políticas atuais.
No decorrer da disciplina eu percebi vários colegas de classe sentirem grandes dificuldades em exercitar o senso crítico e analítico, e, principalmente, em esquematizar esses pensamentos na forma de textos escritos, onde deveríamos associar nossos próprios pensamentos com os textos dos autores vistos.
A metodologia utilizada pelo professor foi de aulas expositivas, onde ele expunha o conteúdo dos textos dos quais já havia solicitado que entregássemos fichamentos de resumo, individualmente. Ao fim de cada unidade era feita a Avaliação, sempre com questões subjetivas onde deveríamos dissertar sem limites pré-estabelecidos de linhas ou laudas escritas.
Na segunda unidade, além da prova escrita, tivemos seminários que nos auxiliaram no exercício tanto da oratória quanto do próprio pensamento crítico e analítico fundamental para o nosso futuro exercício profissional.
E para finalizar, na terceira unidade, fizemos uma aula de campo que consistiu em uma visita a um terreiro de Candomblé onde assistimos a uma noite de comemoração do dia de uma determinada entidade espiritual ligada ao local e às pessoas frequentadoras do terreiro. Deveríamos naquele momento e local analisar antropologicamente, dentro de nossos limites teóricos, diversos aspectos com os quais pudéssemos nos deparar, como rituais, sociabilidades, representações, hierarquias etc. Eu observei o aspecto da representação, tomando como base o autor Erving Goffman que encara a vida social como atuação tal qual se dá no teatro.
A partir desta matéria, eu ampliei minha percepção da sociedade brasileira e suas diferentes características na medida em que a disciplina buscou nos mostrar e nos fazer compreender traços da realidade em que vivemos. Por outro lado, é como se eu tivesse colocado as lentes da Antropologia em meus olhos por meio das quais eu passei a enxergar tudo a minha volta, o que demonstra a grande contribuição que a matéria me deu.
Além do mais, foi nessa disciplina em que eu tive a oportunidade de exercitar exaustivamente a escrita, pois a preocupação com as avaliações me fazia estudar em casa escrevendo longos textos sobre os autores vistos. A contribuição para a minha vida é incontestável, pois, apesar de ser uma matéria essencialmente teórica, eu sinto na prática os efeitos dos conhecimentos adquiridos.
Carlos Xavier, graduado em Ciências Sociais e estudante de Direito.
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