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Faculdade de Veterinária: Epidemiologia é uma disciplina do curso superior de Medicina Veterinária.
Em algumas faculdades de medicina veterinária a Epidemiologia já é uma disciplina eletiva (obrigatória). Em outras ela está inserida no conteúdo programático da disciplina saúde pública e também em doenças infecciosas. Na faculdade em que estudei é uma disciplina obrigatória do 8º período.
É uma disciplina muito importante e acho que nós como cidadãos ou como profissionais da área de saúde devemos entender os princípios da epidemiologia e saber aplica-los na prática.
Nessa disciplina vamos usar muito a bioestatística, aquela disciplina do início da faculdade (cheia de matemática) que achávamos que nunca serviria para nada!
Ao longo da história da epidemiologia, que não é curta, foram propostos muitos conceitos por vários estudiosos. Mas o que é importante saber é:
Sob o ponto de vista etimológico (que estuda a origem das palavras), epidemiologia é composta por “epi” (que significa “sobre”), “demos” (que significa “população”) e “logos” (que significa “estudo, tratado”).
Podemos então entender que é o estudo do que ocorre em uma população. Ou ainda estudo dos aspectos relacionados à saúde de uma população.
Quando falamos em doença estamos nos referindo as doenças infecciosas, transmissíveis e capazes de atingir grandes proporções se não foram controladas. Esse é o papel da epidemiologia, estudar a doença para saber como controla-la.
E todo epidemiologista deve ter em mente que por trás de toda doença (infecção) existem a interação de 3 componentes importantes: O agente causador, o hospedeiro onde o agente se multiplica e o ambiente.
O conteúdo programático da disciplina envolve: Conceitos/definições básicos de termos epidemiológicos; Introdução à Epidemiologia; Contextualização na Medicina Veterinária e na área de saúde, multidisciplinaridade; Zoonoses; Classificação da Epidemiologia: Epidemiologia Descritiva (Componentes e mecanismos determinantes de enfermidades; Estudo de endemias e epidemias; Séries cronológicas; Métodos de controle e erradicação de enfermidades transmissíveis; Diagrama de controle; Indicadores de morbimortalidade; Interpretação e validação de testes; Doenças multifatoriais, tecnopatias, exames de rebanho; Vigilância Epidemiológica); E Epidemiologia Analítica.
As aulas podem ser teóricas e práticas. Mas basicamente são feitos estudos de caso envolvendo muito conteúdo analítico e bioestatística.
Dificuldades no estudo da Epidemiologia
Existem duas grandes dificuldades: A bioestatística, que envolve muita matemática e que geralmente é o terror de muitos estudantes; E entender o que significa risco ou probabilidade de que uma doença exista, através dos coeficientes de incidência e prevalência. Pode ser bem complicado.
Conteúdo das provas (o que os professores costuma cobrar)
Pode estar certo de que as provas também vão cobrar muita bioestatística, com gráficos e análises de risco. Alguns professores facilitam um pouco através de questões de múltipla escolha, como as dos concursos públicos. Mas também avaliam nosso conhecimento (já que passam muitos textos para leitura) e capacidade de compreensão da matéria através de questões discursivas.
O objetivo é que o estudante aprenda no mínimo durante o curso a identificar os determinantes da saúde, os fatores de risco e sua aplicação em diagnóstico populacional e estudos epidemiológicos.
Lógico que alguns conteúdos são bem específicos e que na prática não vamos usar na nossa clínica de pequenos animais, por exemplo. Mas para quem pretende fazer concurso ou trabalhar com pesquisa, é um estudo muito importante.
Em geral o veterinário é o primeiro responsável pela observação de doenças infecciosas (transmissíveis) e é quem dá o alarme para uma situação de perigo. Então usar as ferramentas da epidemiologia no seu dia-a-dia é fundamental para controlar possíveis surtos antes que virem uma epidemia ou algo pior. Sua principal função é informar as autoridades de saúde sobre as Doenças de notificação obrigatória (Instrução Normativa No 50, de 24 de setembro de 2013, do MAPA).
Mas lembre-se que para ser um especialista é preciso estudar o tempo todo, por que só estudando é que descobrimos que ainda temos muito a aprender. E para ser um epidemiologista é preciso ter conhecimento em: Doenças animais; Sistema e processos de produção animal; Ferramentas epidemiológicas; Bioestatística; Tecnologia de informação; E os princípios econômicos
Ana Carolina Braga. Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense. Facebook: https://www.facebook.com/anacarolinabbraga
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