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Curso Superior de Jornalismo: Psicologia do Consumidor é uma disciplina do curso superior de Jornalismo.
Psicologia do Consumidor na visão do jornalismo e marketing
A minha observação sobre a disciplina Psicologia do Consumidor, lecionada tanto no curso de jornalismo quanto na pós-graduação em Marketing Digital, mostra como a matéria ganhou focos diferenciados em cada curso. O objetivo era afirmar que tudo tornou-se passível de consumo porque há um público específico ávido para adquirir o que é oferecido. O mercado dita a demanda e a demanda faz também o mercado.
Nas aulas de Jornalismo e Marketing Digital, dentre muitas matérias convergentes, estava essa disciplina em questão.No curso de Marketing Digital, a Psicologia do Consumidor estudava meios para conquistar e fidelizar público para os mais diversos tipos de produtos e serviços. No Jornalismo, a ideia era mostrar como o capitalismo adentrou as redações, tratando a notícia como um produto que precisa ser bem aceito por anunciantes e por leitores, também vistos como consumidores de informações.
O estudo central da matéria parte da premissa que tudo é passível de emoção. Comprar, adquirir, ter, ostentar, sentir-se integrado e participante do seleto grupo do “eu tenho, eu posso”, geram nas pessoas uma sensação de poder e bem-estar ímpar.
Um jornal, por mais que se apresente isento, precisa de anúncios para continuar publicando e assim os jornalistas se veem em situação delicada. A professora da disciplina disse em certa aula uma frase emblemática: “um jornal é uma empresa e precisa de capital para seguir funcionando e pagando salários”, mas, pensei: como o jornalista pode produzir matérias informativas, pautadas na verdade (nem sempre agradável), sem comprometer a psicologia do consumidor de que o produto-notícia deve gerar um bem-estar ímpar?
O jornal é um produto midiático cujo resultado é um jornal, revista, site, um programa de TV ou de rádio e como ele será sustentado financeiramente se uma matéria precisa tratar de verdades justamente sobre aquele importante anunciante do jornal?
Os questionamentos acima trouxeram um debate para a sala de aula e dividiu opiniões. Alguns, nutridos da visão romântica da profissão, acreditam que a verdade no jornalismo deve estar acima de tudo, sendo possível povoar o psicológico de leitor ao saciar suas curiosidades sobre os fatos. No entanto, outros opinaram que é um caminho sem volta a doutrina capitalista nas empresas jornalísticas, ficando a psicologia do consumidor como um recurso para atrair publico-leitor e também anunciantes para as mídias.
No curso de Marketing, as técnicas da psicologia do consumidor não carregaram tantos conflitos, afinal, elas devem ser aliadas para a máxima do marketing - transformar desejos em necessidades, resultando em empresas cativantes e por consequência com um ótimo desempenho financeiro.
Se no jornalismo as técnicas da psicologia do consumidor passam por um lay out ou formatação interessante, com elaboração estética atraente e textos envolventes, nas empresas de bens e serviços as técnicas são mais diretas, sem rodeios.
Uma das atuações da psicologia ensinadas é criar a sensação de que o cliente é único e por isso merece o melhor. Quanto mais uma empresa cria ferramentas para realçar a singularidade dos seus clientes mais tenderá a fidelizar seu público. Para quem deseja trabalhar com marketing, sem dúvidas, trata-se de uma técnica incrível a ser aprendida.
A estética citada nas aulas de jornalismo e marketing tem uma razão bem detalhada na psicologia: o cérebro humano aprecia o belo! Uma dinâmica foi realizada em uma das aulas da pós em marketing, mostrando que os olhos sempre procuram a harmonia e o agradável, logo, tudo que expomos para a venda deve ter o equilíbrio estético.
Outro ponto discutido e que me chamou à atenção foi a mente empreendedora. Seja jornalista, vendedor de frutas, de cosmético ou proprietário de uma grande siderúrgica, a verdade é que não há como avançar se não houver o espírito empreendedor.
A psicologia do consumidor enfatiza essa mente empreendedora como aquela que ousa e não teme ir em busca do inusitado para entrar no subconsciente do seu público e conquistá-lo. Como tudo passa pelo emocional, a psicologia do consumidor dá aparatos para se transitar nessa esfera. Com isso, aprendi que o jornalista – sem abrir mão da ética – pode ser um grande marqueteiro do seu trabalho e fidelizar seu público pela forma coerente com que escreve; são ferramentas que ultrapassaram a sala de aula e seguem utilizadas para a vida.
Michelle de Oliveira, Graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (UNEF), na Bahia, com pós-graduação em Marketing Digital pela Universidade Católica Dom Bosco, no Mato Grosso do Sul.
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