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Curso superior de Jornalismo: Comunicação e Expressão é uma disciplina do curso superior de Jornalismo.
Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), contamos com duas disciplinas de expressão escrita (I e II) e uma disciplina de expressão oral. Elas são ministradas logo no início do curso, 1º e 2º períodos, como contato introdutório dos estudantes com a as linguagens escrita e oral, ainda sem enveredar pelo trabalho jornalístico.
Como o curso não conta com disciplinas ligadas à língua portuguesa, o trabalho de coesão, coerência, ortografia e algumas noções de gramática são abordadas, brevemente, neste componente curricular. A leitura de contos, crônicas e narrativas de forma geral é muito explorada neste momento. Os estudantes são avaliados por produções livres nesses gêneros literários. Há espaço para discussões sobre as últimas leituras (literatura universal), para aqueles que quiserem opinar, e as principais impressões com a experiência.
A professora sempre tem novas indicações de obras literárias. Como ela possui formação em Jornalismo e em Letras, é capaz de transpor facilmente o a linha que separa o jornalismo da literatura, possibilitando que os discentes possam, realmente, se expressar livremente por meio da escrita. A principal dificuldade é o tempo, considerando as demais demandas de outras disciplinas, de ler todo o conteúdo programado e participar mais ativamente das discussões.
Esta disciplina exige, como pré-requisito, a aprovação em Comunicação e Expressão Escrita I. Neste momento, textos passíveis de interpretações múltiplas, mais ricas e elaboradas são abordados. Lemos e discutimos, por exemplo, As Flores do Mal, livro escrito pelo poeta francês Charles Baudelaire.
Além das impressões sobre o enredo dos poemas, fizemos um recorte histórico da literatura na época, destacando o estilo de vida e as influências dos autores para então, a partir do conhecimento de mundo de cada um, fazermos interpretações e darmos significado para a obra literária em nosso contexto. Lembro da abordagem do termo francês flâner, empregado no sentido de andar sem rumo e sem pressa como um apreciador da cidade.
Assim era Baudelaire e outros autores boêmios. Obras de arte clássica são também apresentadas e discutidas, ilustrando a importância de que uma mensagem não precisa estar em palavras para existir. A imagem também tem alto poder de expressão e sentimento. Com o desenvolver da disciplina, chegamos às produções digitais de conteúdo, seja nas redes sociais com cada uma de suas particularidades, seja em blogs e sites institucionais e de notícias.
Como teoria, podemos observar a conceituação e a aplicação de hipertexto e hipotexto. Enquanto o primeiro diz respeito ao texto ou informação principal, o hipotexto reúne os outros textos (box, infográfico, notas de rodapé) baseados no principal. Nesse contexto também aprendemos sobre a funcionalidade dos links que relacionam conteúdos semelhantes ou complementares, permitindo que o leitor aprofunde a sua busca, conforme interesse. O processo avaliativo, nesta disciplina, gira em torno da correlação interpretativa entre dois ou mais textos.
Para se ir bem e adquirir mais conhecimento para essas interpretações é fundamental a leitura e a apropriação da bibliografia indicada. Para mim, a principal dificuldade foi também relacionada ao tempo para leitura de todo o material proposto e a assimilação do contexto artístico de quadros que, na época, tinha pouco conhecimento.
Enquanto a comunicação escrita tenta introduzir o estudante dentro do campo da grafia e melhorar as habilidades de língua portuguesa, a expressão oral trabalha o corpo, a voz e a imagem. A cada exposição, exercícios diferenciados são propostos. As aulas não são em sala de aula e sim em um anfiteatro. Os estudantes acostumam com o palco e aprendem a se ver e a se aceitar como são. O som é um recurso precioso, desde a apresentação individual até a imitação de animais e adaptações de músicas. Aprendemos a articular melhor a oralidade, por exemplo, com exercícios utilizando velas e balões.
Gravamos conteúdos em áudio e em vídeo e depois todos assistimos, com a professora pontuando melhorias. Ao final da disciplina podemos, com os trabalhos finais, visualizar, claramente, o nosso desenvolvimento. Aprendemos a marcar a pontuação de textos escritos sem nenhum ponto. Até mesmo recursos básicos, mas muito importantes, como as pausas (de ponto, de vírgula e de ponto e vírgula) em uma leitura foram explorados. A presença de intercambistas japoneses, canadenses e africanos permitiram que a troca de experiências culturais entre os estudantes fosse possibilitada.
Estrangeiros escolhem muito nessa disciplina para aprimorarem o português. Esta é, sem dúvida, uma das disciplinas mais importantes do curso de jornalismo, já que ao final da graduação, ao nos deparamos com o uso do rádio e da TV estamos mais preparados e acostumados à nossa performance frente ao microfone e às câmeras. A principal dificuldade está relacionada com a ruptura da timidez e do perfeccionismo da própria imagem, que nunca é perfeita nos primeiros registros.
A explorações dessas três disciplinas possibilitam a formação basilar do estudante para o desenvolvimento das atividades inerentes à profissão, como a escrita e a oralidade. São muito importantes logo no início do curso e cada aula precisa ser apropriada, porque lições importantes são aprendidas a cada dia.
Ramon Freitas, graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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