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Faculdade de Filosofia: Ética Filosófica

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Faculdade de Filosofia: Ética Filosófica é uma disciplina do curso superior de Filosofia.



Ética vem do grego, em latim encontra o significado em moral. Logo, a matéria busca discutir e refletir sobre as dicotomias do bem versus o mal, do justo versus o injusto, da moralidade versus a imoralidade. A matéria também busca elucidar o valor moral, como vemos em Kant, das ações humanas.

Qual o nível de dificuldade e dedicação da matéria?

A matéria necessita de alto nível de dedicação. É necessário o estudo de vasta bibliografia, que vai de Aristóteles (Século IV A.C) aos comunitaristas (anos 80 até atualidade). O nível de dificuldade varia em relação ao nível de dedicação.

Qual a abordagem do curso de ética filosófica?

Essa pergunta tem muita relação à bibliografia recomendada em Ementa. No meu caso realizei a matéria com um pós-doutor, logo sua abordagem foi a mais clássica possível, essa explicarei no decorrer dos próximos tópicos.

Quais os principais autores estudados nessa matéria?

A Matéria divide-se basicamente em duas partes, vou apontar apenas aqueles que fazem parte da escola clássica de filosofia ética.

A Primeira parte divide-se em:

  • Filosofia clássica grega: Aristóteles (com elucidações de Platão e Sócrates), Mênon e Sofistas.
  • Filosofia Helenística – com os pensadores do Cinismo, Ceticismo, Epicurismo e estoicismo.

A segunda parte trata da filosofia moral moderna e as escolas contemporâneas, dentre elas estão:

Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Karl Marx – A filosofia hegeliana e a crítica de Marx

O utilitarismo – com foco especial a Jeremy Betham e John Stuart Mill. ( David Hume também poderá fazer parte da abordagem, o que depende da ementa da universidade);

Immanuel Kant - que provavelmente terá foco especial;

John Locke – Os direitos fundamentais liberais e as características do contratualismo;

John Rawls – Libertarismo, especialmente seu livro “uma teoria da justiça” (1971) que encontra críticas tanto dos comunitaristas quanto dos próprios liberais.

Michael Sandel – Discutindo o Comunitarismo e o Multiculturalismo que basicamente criticam o liberalismo de Rawls.

Do que tratam os autores e suas obras e quais as dificuldades e/ou facilidades para estudar cada um deles?

A primeira parte do curso é menos confusa, em minha opinião, pois trata basicamente da obra “ética a nicômaco” de Aristóteles. Este livro divide-se em 10 capítulos e basicamente explica a maneira como o homem deve agir para atingir, com base em uma vida ética a felicidade. O homem só alcançaria a felicidade através da vida ética. Agora, a sua leitura é confusa, é possível compreender algo de forma autônoma até o capítulo 5, depois disso é necessário o direcionamento do professor. Outra dificuldade é encontrar bons materiais para consulta. Vídeo aulas trazem o melhor caminho, na internet também é possível encontrar algumas teses de doutorado e mestrado, além de artigos e resumos, mas aponto que mesmo para compreender esses materiais é necessário o direcionamento do docente.

A segunda parte do curso exige maior dedicação, pois, trabalha com uma gama maior de autores e obras, logo, eu como aluno dediquei basicamente metade do meu tempo livre da segunda parte do curso apenas para estudar essa matéria em específico. A maior dificuldade é tanto encontrar material de qualidade, quanto o nível de dedicação, para facilitar a compreensão da dificuldade, vou discorrer de forma resumida (até por que este não é o foco deste artigo) sobre os autores.

O estudo inicia-se por Jeremy Betham e o estudo do utilitarismo – Para Betham, basicamente, o princípio mais elevado da sociedade é maximizar o bem estar geral, ou o prazer geral ou o saldo geral de prazer sobre a dor. O que significa maximizar a utilidade. Para Betham somos governados por estes princípios, então a análise da sociedade passa por esses princípios básicos. Porém, sua filosofia encontra diversas objeções, o que nos leva ao próximo autor.

Stuart Mill – Mill era discípulo de Betham e busca explicar, justificar e “Humanizar” o utilitarismo. A discussão principal e em questão aos direitos individuais e das minorias – Mill é autor de “utilitarismo” (1861), onde discute justamente como a utilidade é a única medida da moralidade.

John Locke – Autor contratualista que defende os direitos fundamentais de vida, liberdade e propriedade. Tais direitos vêm do “estado de natureza”. Nossos direitos como inalienáveis. A ideia de consentimento e a instauração de um governo. Sua negação ao governo arbitrário e a coletividade do estado são temas importantes.

Immanuel Kant - Sem dúvidas o mais importante do curso, a leitura de “fundamentação da metafísica dos costumes” é difícil e exige tempo. Trata basicamente de “qual o princípio da moralidade?” e “Como a liberdade é possível?” – A nossa intenção sempre precisa ligar-se ao dever “Fazer a coisa certa pelo motivo certo”. Compreende-se também que não se deve utilizar das pessoas como meio para chegarmos a um fim, essa seria uma forma arbitrária de poder. Em Kant discutimos o importante “Imperativo Categórico” que é a fórmula universal da lei, ou seja, a maneira de agir conforme um princípio de forma a universalizar atitudes éticas, onde as decisões individualistas não podem estar acima das formas coletivas.

John Rawls – Outro importante autor contemporâneo que trata da teoria básica, o acordo hipotético como base para a justiça. Sua teoria é parecida com a dos contratualistas, pois traz a ideia de um estado de natureza onde os indivíduos saem de suas posições sócias e são tomadas por um “Véu da ignorância” para ele os indivíduos só conseguem discutir questões de igualdade fora de suas posições sociais de privilégio.

Hegel e Marx – Hegel é um dos principais autores da antiga escola alemã e acredita ter desvendado a totalidade dos segredos da existência humana – Sua filosofia é conhecida como a do “saber absoluto” – Marx o critica com base em diversas questões e traz o seu próprio imperativo categórico que é necessária a emancipação humana de todas as formas que o escravizam ou o tornem indigno. Para isso é necessária a revolução.

Conclusão

Faltou fôlego não é? Pois é, a mim também, porém alguns materiais externos a bibliografia podem ajudar como o curso “Justice de Michael Sandel” disponível no Youtube. Essa matéria pode encontrar diferentes abordagens a depender da universidade e curso, mas sem dúvidas é uma das mais desafiadoras e enriquecedoras das ciências humanas.

Referências Bibliográficas:

REIS, Guilherme. Anotações de aulas Ética e Justiça 1.2017. 01 fev. 17, 25 apr. 2017. 25 p. Notas de Aula.

WOLF, Ursula. A ética a Nicômaco de Aristóteles. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2. ed. São Paulo, SP: Loyola, 2013. 286 p., il. (Aristotélica). ISBN 9788515036998.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. Tradução de Jussara Simões; Revisão de Alvaro de Vita. 3. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2008. xlix, 764 p., il. (Justiça e direito). ISBN 9788533623880.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Guido Antônio de Almeida. São Paulo, SP: Discurso: Barcarolla, c2009. 501 p. (Coleção philosophia). ISBN 9788586590887.

PELUSO, Luís Alberto (Org.). Ética e utilitarismo. Campinas, SP: Alínea, 1998. 238 p. ISBN 811032008334.

Guilherme Reis, Graduando em Ciências e Humanidades, Universidade Federal do ABC, Graduando em Ciências Econômicas, Universidade Federal do ABC.



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