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Curso Superior de Engenharia Civil: Geodésia é uma disciplina do curso superior de Engenharia Civil.
Você já se perguntou como foi possível a construção do Eurotúnel? Como operários ingleses, cavando de um lado, e operários franceses, cavando do outro, conseguiram, com tamanha precisão, encontrar-se no fundo do Canal da Mancha? É na disciplina de Geodésia que encontramos a resposta para essa pergunta.
A disciplina, que também pode ser encontrada como Topografia, tem como objetivo introduzir aos futuros engenheiros conceitos acerca da geografia terrestre que serão de fundamental importância na execução das obras. A carga horária é de 60 horas e é de caráter obrigatório.
No caso do Eurotúnel, os engenheiros precisavam ter conhecimentos básicos de Geodésia, pois teriam de usar o mesmo Sistema de Referência de Coordenadas (o mesmo datum), caso contrário, a imprecisão seria tão grande que tornaria o projeto inviável, pois as máquinas jamais escavariam na mesma linha.
É uma disciplina presente no curso de Engenharia Civil – e em outros, como Engenharia Ambiental – que visa abordar conceitos referentes à geografia da Terra, bem como seus modelos de representação (elipsoide e geoide), e aos sistemas de referência, tais como as coordenadas LLA (latitude, longitude e altitude). Tem como proposta desenvolver competências nos alunos no que se refere a referências espaciais, equipamentos e tecnologias de apoio e topografia no geral.
Na disciplina, estudamos: a forma e as dimensões da Terra, a qual é representada por um modelo matemático (elipsoide) ou equipotencial (geoide); o campo de gravidade terrestre, aprendendo a diferenciar o norte geográfico do norte magnético; a determinação de coordenadas de um ponto qualquer do planeta, através do sistema LLA ou ECEF (Earth-Centered, Earth-Fixed); pontos de referência padrão (data), isto é, localidades onde a superfície do elipsoide e a superfície do geoide se interseccionam, gerando um Sistema de Referência de Coordenadas (SRC); projeções cilíndrica, azimutal, cônica, UTM, entre outras; coordenadas UTM; códigos EPSG (European Petroleum Survey Group); o índice de nomenclatura e articulação de folhas, muito utilizado pelo IBGE; determinação de azimute quando da utilização de bússolas; utilização de GPS; terraplanagem; e levantamento e desenho topográfico.
A disciplina é desenvolvida em aulas teóricas e práticas. Nas aulas teóricas, o professor faz a exposição do conteúdo com a utilização de recursos como slides e vídeos e passa alguns exercícios para fixação do conteúdo. Nas aulas práticas, aprendemos a utilizar o Sistema de Posicionamento Global (GPS) e outros equipamentos tecnológicos. Além disso, nas aulas de azimute, rumo e alinhamento, o professor pede para que os alunos providenciem bússolas para realização de uma atividade prática, na qual serão determinados os azimutes de alguns pontos de referência e, em seguida, calculados os azimutes inversos.
A maior dificuldade talvez seja a parte de desenho topográfico. Obviamente, utilizam-se métodos de desenho técnico e os dados, bastante precisos, tornam o processo parecido com um “ligue os pontos”, no entanto, para os alunos de um curso de engenharia, mais habituados ao cálculo, às vezes o desenho a mão pode ser a parte mais difícil. Fora isso, pelo menos para mim, não houve grandes dificuldades nessa disciplina.
O professor cobra bastante dos alunos a parte de volumetria e terraplanagem, na qual devemos calcular os volumes de corte de um terreno e ter conhecimentos consolidados sobre o processo de compactação e as caixas de empréstimo e bota-fora, por exemplo. Os alunos, ao final do semestre, devem apresentar bons conhecimentos acerca do planejamento e da execução de levantamentos topográficos, pois os professores costumam utilizar isso como tema de APS (Atividade Prática Supervisionada).
Em Geodésia, aprendemos conceitos fundamentais para a execução de projetos que envolvam sistemas de referência de coordenadas, tais como túneis e pontes, e consolidamos conhecimentos acerca da terraplanagem, fundamental para a execução dos alicerces de uma construção. Além disso, com essa disciplina, ficamos prontos para o planejamento e a coordenação de levantamentos topográficos a serem realizados em terrenos diversos quando, depois de formados, estivermos exercendo a profissão.
Gabriela Giovana Born Schibelbein Marchioro, graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná
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